O bullying começa em casa

Tribuna | 04 de dezembro de 2013 | Foto: Brunno Covello/SMCS

Pode parecer cruel, mas acho que isso acontece sim. O bulliyng realmente começa em casa, principalmente entre irmãos. Mas num ponto de ônibus do Centro de Curitiba vi que algumas mães também gostam de tirar um sarrinho dos filhos.

Chegaram os três, mãe e dois filhos de uniforme. O menino mais velho, tipo desengonçado, lá pelos 14 anos, e a menina com uns 12. Papo vai, papo vem e a conversa dos três foi parar na menina da escola que o garoto gosta. “Ele vai casar com a Fulana”, disparou a menina. “Ah não, é com a Ciclana, esqueci”, emendou.

Sem jeito, ele negou e a irmã continuou. “Você gosta sim” e ele acabou assumindo o sentimento, mas explicou que a pretendente nega de pés juntos que esteja afim. “Só para as amigas dela que a Ciclana fala que gosta de mim”, disse o rapaz. “Que nem você”, retrucou a mãe. “Viu só, você gosta dela”, debochou a irmã, aproveitando a deixa da mãe, que não se conteve e riu da situação.

Não provoque…
Mais uma colaboração da leitora Denise Gomes, que pelo visto adora (assim como eu) acompanhar os papos de busão e manda várias colaborações para a coluna, inclusive quando as situações acontecem com ela própria. No caso foi uma discussãozinha que volta e meia acontece quando sobra gente, mas falta espaço no ônibus.

“Sábado de manhã, ônibus muito cheio, fico perto da porta de desembarque. Uma jovem mãe e sua filha (de uns nove anos) ficam na minha frente. A mãe estressada reclama da vida e a criança tenta acalmá-la. Cansada, a mãe sentou na escada de saída e fiquei atrás dela. Como o ônibus estava lotado, acabaram me empurrando e encostei na jovem, que reclamou:
– Não está vendo que estou aqui, não me empurra.

– Estou vendo, mas o ônibus está cheio e me empurraram, desculpe – respondi.

– Outra vez… não encosta! – reclamou novamente a jovem.

– O ônibus está lotado, se não quer que ninguém lhe encoste, ande de carro não de ônibus – ainda retruquei.

– Onde já se viu ficar discutindo. Que mau exemplo para seus filhos…

– Não comecei. Nem recomecei. Meus filhos não estão no ônibus, mas sua filha está, é você que está dando mau exemplo – respondi mais uma vez.

– Você deve estar muito velha e cansada, não consegue ficar em pé sem se encostar em mim.

– Cansada… E agora suja é você que está sentada no chão sujo, no degrau da escada.

Chego no meu ponto e desço empurrando a jovem que estava sentada no degrau da escada atrapalhando meu caminho. Ela me olha pela janela da porta ainda reclamando. Sorrio e mando um beijo”.

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