Dê a preferência (mais uma vez)
Tribuna | 29 de outubro de 2014 | Foto: Brunno Covello/SMCS
Já comentei sobre isso aqui na coluna algumas vezes: educação no busão! Tem muita gente que finge que não vê, outros começam a dormir e nisso quem precisa vai espremido e em pé durante todo o trajeto. Quando vejo alguma coisa assim sempre pergunto pro senhorzinho ou pra senhorinha se quer sentar e pergunto pra quem tá sentado se pode fazer a gentileza. Mas confesso, a vontade é fazer como o passageiro personagem da história que o chefe de redação da Tribuna, Armindo Berri, contou em sua primeira colaboração para a coluna:
“Uma babá que faz diariamente o caminho Fazenda Rio Grande-Curitiba, viu e confirma a cena: passageiros seguiam em silêncio no ônibus rumo ao Pinheirinho. A certa altura, entrou uma senhora de idade, pouco preocupada se havia um assento disponível para ela. Quem viu garante que a senhora era aposentada, mas a dúvida era saber se se considerava idosa.
Um homem que ouvia música no celular olhou para o primeiro jovem sentado próximo à senhora, como a perguntar: “Você não vai dar lugar pra ela?” Vendo que o meninão não se tocava e quase “pegava no sono”, o cavalheiro intimou:
– Você tem que dar preferência pra essa senhora.
E ouviu do rapaz:
– Senhor, eu também paguei passagem, pô.
– Vou pedir só mais uma vez. Se não der a vaga, eu vou puxar você daí.
Foi o que aconteceu alguns segundos depois. O homem grudou o jovem pelo colarinho e fez a senhora sentar.
A babá garante que ninguém – nem mesmo o rapaz – teve a coragem de enfrentar o homem, com físico de lutador de MMA.”
Tagarela sincero
Num banco pra dois passageiros estavam três: a mãe e dois filhos que devem ter uns sete, oito anos. A menina parecia amuadinha enquanto o menino não parava.
– Mãe, eu não aguento ficar quieto – disse o menino.
– Eu sei, você é um papagaio véio.
– Não sou. Eu sou um tagarela.
– O que a Fulaninha não fala, você fala por ela…
Assim que chegaram no ponto onde iriam descer, a Fulaninha – que até então estava bem quietinha – fez sua estripulia. Vomitou no chão, fazendo aquela barulheira e deixando o povo todo de olho. Percebendo que ainda tinha mais por vir, a mãe posicionou a menina pra continuar vomitando na escada (que ideia!!), mesmo com um monte de gente pra descer.
Eu já corri pra outra porta e o povo se virou como pode. A menina mais jovem pulou de dentro do ônibus direto pra calçada. Já o senhor, sem o mesmo pique, teve que pisar no vômito…
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