Papo de maluco
Tribuna | 10 de dezembro de 2014 | Foto: Brunno Covello/SMCS
“Tudo acontece na sanfona”. Foi isso que o colaborador da semana (que preferiu ficar no anonimato dessa vez) disse ao apresentar a contribuição dele. Foi um papo bem maluco que aconteceu no biarticulado. Confira:
“- Ai ai, dá licença, dá licença… Ué, cadê aqueles bancos que tinham aqui antes da porta 2? Tiraram?
– Não senhora, esse ônibus não tem banco aí não, só mais pra frente mesmo!
– Oi? Tiraram os bancos é? Acho que esse ônibus é novo, tá parecendo né?
– Isso, é novo sim…
– É, os outros têm banco aqui sim.(Cutuca um passageiro – de fone – na frente da porta 2 que carregava uma mochila):
– Você conhece algum professor de matemática?
– Não conheço!
(Me cutuca):
– E você, conhece algum professor de matemática?
– Não conheço…
– E você moça? (De fone também)
– Ai conheço sim, eu tenho aula de matemática!
– Ah, mas ele ensina estatística, planilha de economia, tudo?
– Sim, ele dá aula de matemática…
– Ah, mas todos os professores estão ocupados, cheio de trabalho…
(Me cutuca):
– Ai meu Deus, já passamos do Pedro Macedo (tubo Morretes)?
– Não, faltam mais dois ainda…
– Ah, mas não posso me distrair um minuto que perco o ponto. Já passei reto várias vezes. Eu subo na Petit Carneiro e quando vejo cheguei no Terminal do Portão, tenho que voltar tudo…
– Mas moça, me passa o telefone dele, preciso falar com ele.
– Mas eu não tenho.
– Então anota o meu, pega o telefone dele e me liga!
(Falaram alguma coisa que não entendi…)
– Ah, você não quer me ajudar? Não pode me ajudar? Só estou pedindo um favor, anota meu telefone e me passa o telefone do professor. Petulância minha? Não quer me ajudar e me chama de petulante? É isso?
(Nisso o ônibus prestava atenção no mini barraco. A senhora sai do meio da sanfona em direção à porta 2, sem equilíbrio nenhum, se pendura no meu braço e desabafa):
– Não quer me ajudar moço, viu isso? Oferece ajuda, diz que conhece um professor, depois não quer mais me ajudar e ainda me chama de petulante?
– Seu tubo é esse senhora, chegamos…
– No Pedro Macedo? Já? Brigada… Mas quem é petulante moço, eu ou ela?
(Respondi que era a menina entojadinha, sem olhar pra trás e me mandei do ônibus.)”
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