Amor à primeira parada
Tribuna | 14 de janeiro de 2015 | Foto: Brunno Covello/SMCS
Causos amorosos no busão sempre bombam aqui na coluna. Ano passado, inclusive, ao publicar uma história sobre relacionamentos recebi depois várias outras. E a primeira “love story” do ano recebi do leitor Silvestre de Paula, que ficou impressionado com a rapidez com que um relacionamento começou (e acho que terminou) dentro do busão:
“Embarquei no ônibus biarticulado da linha Santa Cândida-Capão Raso, na região da Praça do Japão, sentido Cabral. Sentei na cadeira dos fundos com um ônibus praticamente vazio, pois era um feriado.
Na Estação Central percebi a entrada de uma moça loira, com tatuagens, piercing no nariz, cabelo com dread, bem exótica. Ela sentou no banco da direita, virada para os fundos do ônibus e começou a mexer com seu celular.
Após alguns minutos, percebi as trocas de olhares entre ela e um rapaz que estava sentado ao meu lado. Em seguida foram alguns gestos e logo ela veio sentar-se ao lado do seu affair.
– Oi tudo, bem? Qual seu nome? Você é de Santa Catarina, que legal eu também sou…
Estas foram algumas frases que captei “sem querer” do diálogo ao meu lado.
Em pouco tempo, para meu espanto, o moço que parecia ter um jeito tímido puxou a menina e a beijou na boca, sendo correspondido na hora. A partir deste momento as trocas de beijos e carícias se seguiram como se os dois fossem antigos namorados.
Desci no Cabral, meio assustado com rapidez do romance, mas também com um pouco de inveja do “Dom Juan”, que com sua gata “barriga verde” seguiram seus destinos, sentido norte da cidade”.
Sem fronteiras
No biarticulado sentido Santa Cândida, o menino seguia quieto até encontrar uma conhecida. Assim que ela embarcou, emendaram um papo que foi geograficamente longe. Ele contou que estava indo na sede da Polícia Federal para buscar seu passaporte. “Vai viajar?”, perguntou a amiga.
– Não é pra passear. Vou fazer o Ciências Sem Fronteiras (programa do governo federal). Estou preparando a documentação pra ir pro Canadá.
Nisso a menina – creio eu que para se exibir – fez uma relação de suas viagens ao exterior:
– Eu já conheço a Holanda e o Canadá. Mas como já fiz um ano de intercâmbio, não queria ficar mais tempo fora em mais esse programa.
Depois dessa o menino “tesourou” a amiga e falou de seus planos de estudos no exterior. Eu desci logo em seguida e não sei se a lista internacional da menina aumentou ou não…
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