Entalada na catraca
Tribuna | 03 de junho de 2015 | Foto: Brunno Covello/SMCS
Já sabemos que no busão tudo pode acontecer. E a coluna de hoje mostra mais umas daquelas situações em que você pensa “putz!!!”. A colaboração é de Fábio Balemberg, que já foi cobrador e hoje trabalha na expedição da Tribuna. O fato foi no convencional Fazendinha:
“No ônibus tem uma plaquinha que diz que ‘grávidas e pessoas obesas podem descer pela porta da frente’. E naquele dia tinha uma passageira obesa no ônibus. Claro que não falei pra ela ‘a senhora é obesa, desce pela frente!’, mas falei:
– Senhora, se achar cômodo, a senhora pode pagar a passagem pra mim, vira a roleta e desce pela porta da frente.
Ela olhou pra minha cara e disse:
– Por que eu não posso passar lá trás? Tem algum problema eu passar lá atrás?
– Não! A senhora tá livre pra passar a hora que quiser. Eu só acho mais cômodo descer pela frente. Mas se não quiser…
– Não! Eu vou passar e vou passar agora.
Ela passou, mas o vestido enrolou na catraca e também enroscou a barriga. Ela não ia pra frente nem pra trás. Ela até tentou me agredir.
– A culpa é sua, eu preciso sair daqui.
– Senhora, eu falei que ficava mais cômodo descer pela frente, mas a senhora quis descer por aqui. Vou tentar soltar, se acalme.
A catraca tem um sistema de segurança que evita travar, mas foi o vestido dela que enroscou junto com a barriga. E ela era muito grande… Pra soltar a mulher tivemos que ir até a garagem.
Por isso fizemos a baldeação, transferimos os passageiros pra outro ônibus – eles xingavam a mulher de gorda – e levamos até a garagem. Chegando lá o rapaz da manutenção já foi avisando:
– Moça, não liga não, mas eu vou ter que entrar aqui por baixo da senhora, pra desparafusar a catraca…
Ele conseguiu soltar o vestido, não aconteceu nada com ela e ainda deixamos a passageira no terminal do Fazendinha. E ela foi bufando até o terminal.
Bem, fica aí uma dica para as pessoas prestarem atenção nas placas. Elas ajudam, não estão ali pra atrapalhar!”