Rolou até tapa na cara

Tribuna | 23 de setembro de 2015 | Foto: Brunno Covello/SMCS

O colaborador de hoje pediu anonimato! Como ele pega a linha todos os dias, com o mesmo motorista estressadão, é melhor não dar bandeira:

“Naquela manhã ensolarada, o curto trajeto de busão do bairro onde moro até o Terminal Central de São José dos Pinhais quase acabou em pancadaria. Pelo ritmo devagar (até demais) que o motorista da linha dirige, nunca imaginei que ele pudesse ter a reação que teve. Entrei e me sentei no último banco, como costumo fazer diariamente. Dois pontos depois, entra um senhor na faixa de uns 60 anos e pega o primeiro assento, quase ao lado do motorista. Os dois começam a se estranhar.

– Seu safado! – cutuca o motorista.

– Safado é você! – reage o passageiro.

Trocam algumas ofensas quando o senhor, ainda sentado, dá a entender que quer brigar:

– Você vai descer pra se ver comigo!

O motorista muda de assunto:

– Você pagou a passagem? Tem que pagar e passar pra trás.

– Pagar não é problema (e entrega o dinheiro pro cobrador), mas não vou sair daqui. Você é homem? Desce agora!

Nervoso, o motorista insiste para que o passageiro passe a catraca, já que logo o veículo chegaria no terminal e o cobrador precisava anotar em relatório o número de passageiros da viagem.

No último ponto antes do terminal achei que os dois iam partir pras ‘vias de fato’. O motorista não sabia mais o que fazer e o sujeito não arredava o pé.

O clima estava tenso ao chegar no terminal. O motorista não abriu a porta da frente, o cara pulou a catraca para sair por trás. Aí o motorista saiu pela frente e entrou pela porta do meio. Como estava quase em cima da hora pra pegar meu próximo ônibus, não esperei pra ver o fim da história. Só ouvi um tapa na cara e depois já chegou a turma do deixa-disso.

Não sei quem bateu em quem, mas pelo que ouvi no dia seguinte, parece que foi o motorista.

Uma senhora que sempre pega ônibus no mesmo ponto que eu apontou pro motorista e perguntou pro cobrador:

– Ele tá mais calmo hoje?

– Hoje tá, tomou Maracugina.”