Paulada no bolso

Tribuna | 17 de fevereiro de 2012 | Foto: Allan Costa Pinto

Tarifa técnica só com reajuste aos motoristas e cobradores chega a R$ 2,80. Ainda não há data para conclusão do estudo

Com o reajuste de 10,5% nos salários dos motoristas e cobradores do sistema de transporte coletivo de Curitiba e região, o valor da tarifa técnica para remuneração dos serviços prestados pode chegar a R$ 2,80. É o que revela estudo preliminar do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização do Estado do Paraná (SindiUrbano), Valdir Aparecido Mestriner. Porém, é possível que este aumento não seja integralmente repassado à passagem, porque o poder público pode conceder subsídios reduzindo o aumento.

A prefeitura já subsidia a tarifa. Considerando os gastos com combustível, peças e acessórios, contratação de funcionários, custo de administração, taxas e outros componentes, a Urbs paga às empresas a tarifa técnica de R$ 2,56. Como o valor cobrado é de R$ 2,50, o órgão público arca com a diferença de R$ 0,06 por passageiro. A definição exata de quanto o aumento nos salários irá impactar no valor do serviço e quanto será repassado à população só sairá após estudos detalhados, ainda sem data de conclusão.

ICMS
Além do subsídio, a Urbs aguarda a negociação com o governo estadual sobre a redução do ICMS cobrado das empresas de transporte coletivo. Outra possibilidade é a instalação de equipamentos de mídia nos ônibus, que ainda está em fase estudos para então ser aberta a licitação para o serviço. No entanto, nenhuma destas alternativas será colocada em prática antes da vigência do aumento nos salários dos motoristas e cobradores, que virá na folha de pagamento de março.

 

Acordo em ano eleitoral
Mesmo com a possibilidade do aumento não ser integralmente repassado aos usuários, o presidente do SindiUrbano, Valdir Aparecido Mestriner, considera “impossível” evitar o aumento no valor da tarifa. “As empresas arrecadam com a passagem e gastam para colocar os ônibus para rodar. Não há outra fonte de receita além da tarifa”, afirma. Além disso, Mestriner cita o contrato de licitação de 2010, que permite às empresas o aumento anual da tarifa. Porém, o sindicalista não descarta acordos políticos para evitar que a passagem fique mais cara neste ano eleitoral.

O superintendente técnico regional do Dieese, Cid Cordeiro, prefere não estimar quanto o valor da passagem pode aumentar, mas aponta que esta discussão deve ser feita junto com representantes da sociedade. “É preciso mostrar os itens que subiram para que se justifique o aumento. A sociedade pode compreender e até mesmo apresentar alternativas”, avalia.

 

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