Mistério
Tribuna | 05 de novembro de 2012 | Foto: Brunno Covello/SMCS
O interessante de ouvir o papo no ônibus é entender o que está acontecendo com as pessoas que conversam. Você escuta e, conforme a pessoa vai falando, é possível ou não descobrir qual é a situação. Quando a conversa do passageiro é pelo celular, fica mais difícil, como o papo do rapaz que estava sentado do meu lado:
– Eu acho que não, você não pode fazer isso.
– (o outro na linha)
– Não, mas você acabou de chegar aí, pode sobrar pra você. Não faça isso.
– (o outro na linha)
– É um absurdo, mas não faça isso. Não faça nada.
Mas aí chegou o ponto, ele desceu e não deu tempo de saber o que estava acontecendo. Na minha imaginação a pessoa do outro lado da linha estava sabendo de algum bafão no trabalho e queria pôr a boca no trombone.
Se liga, patroa!
Não é só a empregada que leva bronca da patroa não. Pelo menos a empregada que pegou ônibus comigo esses dias dá pito na patroa. Ela contava indignada pra colega que a dona da casa não comprou os produtos de limpeza. Aí fica difícil, né?!
– Ah falei pra ela, você não comprou o sabão, não vou lavar os panos de chão. Não tem como lavar ou vou ter que usar pano sujo. Aí não limpei não. Assim fica difícil, não tem como a gente trabalhar. Quero ver se ela agora ela não compra…
#Cena bizarra: O cara dormindo, encostado na janela, com a boca aberta e cheio de catarro (verde) escorrendo do nariz pra borracha que apoia o vidro.
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